Observe, o mundo ao seu redor se movimenta, lentamente aos seus olhos, em harmônia.

Um lugar fora do mapa

O despertador toca na penteadeira ao lado da minha cama e eu ainda com os olhos colados de sono saio tateando em busca do tal bendito, para fazê-lo parar de tocar, e me arrasto até cair da cama com a cara no carpete branco manchado de refrigerante. Sinto meu nariz latejando e saio tropeçando do meu quarto, passando pelo espelho sem coragem de ver o monstro que eu devo estar agora que acabo de acordar e olhando as fotos espalhadas pela parede lilás do quarto dos meus melhores amigos, Frederico e Carina. vou quase me arrastando pelo corredor até o banheiro, e lavo o rosto, agora tomando coragem para me olhar no espelho, e quando me olho, suspiro. Acho que eu tenho esperanças bem no fundo de minha alma que um dia eu acorde e me olhe no espelho com o rosto de alguma modelo da victoria secrets ou mais bonita, e talvez isso seja o pior e acordar todo dia e ver meu rosto feio no espelho. Escovo os dentes, espalho um pouco e creme para pentear para cabelos rescecados nos meus cachos castanhos, os penteio e passo um pouco de gloss, quando me olho no espelho, finalmente me lembro - esqueci de trocar de roupa e continuava com minha baby doll rosa com um ursinho estampado no meio. Por sorte, notei antes de ir pra a escola vestida assim e volto ao meu quarto, boto minha calça jeans, calço o par de all-stars verde militar e pego a bolsa da cadeira na frente a penteadeira que eu uso como escrivaninha. Pego meu perfume e esborrifo nos pulsos e no pescoço. Desço a escada e vejo a casa vazia, meus pais ainda devem estar dormindo, pois eles tem sorte de só precisarem chegar ao restaurante ás 9:00. Eles são donos de um restaurante fino e popular num dos bairros nobres da cidade. 

Eu moro em um pequeno país chamado Marcília, ele é tão pequeno que não é encontrado nos mapas, ele fica na américa do sul, próximo ao litoral nordeste do Brasil, o meu país é tão pequeno, que não é encontrado em mapas e mal recebemos turistas por aqui. Acho muito difícil nós sermos assunto no resto do mundo, pois o mundo formado por países maiores nos deixou de lado, mas nós aqui falamos português pois a maioría aqui veio na época da escravidão, famílias de negros, indios e portugueses revolucionários saíram do país em busca de refúgio, em pequenos grupos, em vários barcos, em vários pequenos grupos, até que encontraram a Marcília, o nome da mulher revolucionária que venceu o machismo e foi maior razão de nós estarmos aqui hoje, como quem vive no Brasil é brasileiro, quem vive na Marcília é Marcíliano. Na verdade, como o país é muito pequeno, é muito mais organizado que os países grandes, cada família aqui tem pelomenos uma casa, um carro, um computador e bons estudos. Aqui nós nos preocupamos com a preservação do meio ambiente e cuidamos de nossas praias e nossa floresta. A marcíla é composta por três estados e sete cidades, oque é muito, muito pouco comparado a um país normal.

Eu moro na capital o país, Escanadara, que fica no estado Probavo. Tenho 12 anos e estou no 8º ano B do único colégio da cidade, o Centro de Estudos Gerais de Escanadara, pode chamar de CEGE.

Resumindo, mesmo você não gostando de seu colégio, é nessa  droga que você vai estudar até se formar em alguma coisa e ir trabalhar, ou se não você muda de cidade para estudar em outra escola. O bom é que aqui em Marcília, todo mundo é classe média alta, e todo mundo tem dinheiro pra sair por aí gastando, oque nos faz ter muitos parques, shoppings e é muito difícil um negócio por aqui não dar certo.

Eu  estava devaneando no sofá, quaze cochilando quando lembrei da vida e fui correndo abrir a porta.

Eu já estava fechando a porta da frente quando meu irmão desceu todo nervosinho quaze pronto pedindo pra eu esperar ele, e eu estava pra me atrasar, a Senhora Maia, mãe da Cá (Carina) estava já chegando e com certeza ela devia estar louca com a hora, pois o sinal da primeira aula toca ás 7:10 e já eram 7:02.

- Miri, me espera! Eu vou com vocês hoje, lembra? - Ai eu ia esquecendo do Eduardo! Meu deus, sorte  que ele veio a tempo, se não ia em bora sem ele. O Edu é meu irmão mais velho, ele é mais velho que eu dois anos e está no 1º ano científico, ele estuda no Sege também, a cidade inteira está presa ao bendito SEGE até se formar, fazer universidade, faculdade, cursos suplementares, tudo, é, tudo, nesse colégio.

- Tá mas corre tá? A mãe da Cá tá chegando e eu tô quaze atrasada e... quer saber? Deixa isso e vamos  logo em bora. - em quanto eu falava, ouvimos três buzinas, a mãe da Cá tinha acabado de chegar no seu polo prata com a Cá no banco e trás, fazendo sinal com a mão para eu entrar. Eu saí correndo e entrei no carro, o Eduardo que se virasse com as chaves.

Sentei no banco de trás ao lado da Cá, e coloquei a minha bolsa no meu colo, arrumei a franja e contei mentalmente até 10, quando acabei e olhei pra frente meu irmão estava sentado no banco do carona na frente, ao lado da Senhora Maia.

- Oi, Cá. Tudo bem? Ah, oque foi que você fez com seu cabelo?! - Assim, pode me chamar de dramática e tal, mas a Carina é loira natural, e o cabelo dela vai até a cintura, bem, pelomenos ia, agora o cabelo dela batia um pouco a baixo dos ombros, o seu cabelo era perfeito, sem volume quaze nenhum e quando ela cortava em camadas, ficava demais. Ela tinha os olhos castanho-claro e a pele digamos que bronzeadinha, porque ela não era nem branca nem morena, bem, ela era gordinha, mas não era feia, também não era linda como a Íris, ai que ódio daquela patricinha, mas ela tinha sua beleza pessoal, e o cabelo dela era lindo, muito mais lindo que o louro oxigenado e escorrido da Íris.

- Meu primo pequeno, de sete anos colou chiclete no meu cabelo, e foi isso que sobrou dele. - Ela sim, era dramática. Tá bom, cortou uma parte mas não foi tanto assim, não é?

-Calma Cá, tudo se dá um geito, seu cabelo cresce tão rápido garota! - Eu sorri.

- Tá bom, tá bom. - Ela também sorriu, num sorriso torto tão fofo, nossa eu amava meus melhores amigos mesmo, só eles pra me fazer sorrir com essa minha vida.

- Crianças, chegamos. Desçam que a aula já está pra começar, vocês tem três minutos! Nossa, sorte que você, Miri mora perto do colégio, a Carina fica tão louca pra passarmos na sua casa e ela sair contando as novidades, que a gente quaze nunca se atrasa não é? - Ah, eu acho que se ela continuasse falando a gente ia se atrasar sim.

- Não é? Tchau Tia Maia até amanhã!

-Tchau mãe. - Disse a Cá e depois soltou um suspiro, acho que sinônimo de liberade olhando em minha direção. Dei um meio sorriso, só a gente se entendia.

Falando de melhores  amigos, lá estava o Fred, sentado nos degrais do colégio, Ah ele era tão lindo, eu adorava aquele garoto! Se eu não fosse a melhor amiga dele, e visse ele mais como o meu irmão favorito, ele com certeza sería meu namorado, mas felizmente tem uma fila grande  na frente daquele garoto, começando por Matheus, o jogador de basquete mais fofo e lindo do colégio inteiro, que era da minha sala e sentava duas bancas atrás de mim, se ele me conhece, é pelos trabalhos de classe que eu já tive que apresentar e não deram muito certo... E Fred se levantou e sorriu pra mim e pra a Cá, nós sorrimos de volta.

-Fred!! - Nós pulamos e saimos correndo em direção do garoto dos cabelos castanho-claro e dos olhos verdes, bem forte e com o sorriso perfeito, dava pra acreditar que ele era nerd? Eu o abracei tão fote que não tinha mais forças. 

-Miri, gata. Tudo bom? - E riu.

-Fred, pára com isso, aff. - Eu saí gargalhando, e então exitei, meu primeiro dia de aula no 8º ano era agora.

 Continua.

2 comentários:

Isabela disse...

AAhh continua logo ta tão legal!

BelMendes disse...

adorei, espero que continue logo ^^


se quiser comentar e seguir:
http://saiadeflorbm.blogspot.com

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